Ele sem sair de seu carro lhe entrega uma blusa de frio. Era uma blusa que ela esquecerá na casa do pai há alguns dias. Ao dizer bom dia e agradecer-lhe pela entrega; o que seu pai pronúncia vem carregado de certa maldade temperada com doses de ironia:- “Minha filha, tão esquecida, judiação! Tão esquecidinha!
Jaci fica por segundos calada, tentando organizar o que sente e cenas da sua infância e adolescência vêem-lhe a mente de forma rápida! Em uma velocidade espantosa! É quando ela, se libertando de toda a angústia aprisionada em seu ser, responde ao pai: -“Não sou esquecida, não pai! Eu me lembro perfeitamente de tudo, mas de tudo mesmo, preste atenção: ’ Me lembro bem de todas as surras que levei, sem ao menos saber por quê...; dos palavrões que o senhor usava contra minha pessoa;... do pouco caso que fazia dos meus sonhos para o futuro;... dos meus estudos interrompidos pelo seu egoísmo;... dos maridos que o senhor tentava (mesmo eu ainda não tendo idade), me empurrar goela abaixo;... Dê como o senhor falava mal e humilhava minha avó, (sua mãe), quando ela se doía pelos maus tratos que o senhor me dispensava. E sua irmã? È... a tia Bel, a qual o senhor e sua nova companheira manipulavam, ganhando com isso uma confiável empregada. Lembra-se disso?
O senhor lembra que antes de conhecer a Joana moravas sozinho e que eu morava com sua mãe e sua irmã e que foram elas que me criaram? O senhor lembra?
Lembre-se também que foi o senhor que adentrou nossa casa e tirou a paz, amor e respeito que havia naquele lar. O senhor lembra?
Obrigada por trazer-me a blusa e se desculpe pelo seu esquecimento!
Ao voltar a realidade Jaci se conteve, pensou em momentos alegres de sua vida, fugindo dessas lembranças inúteis.
BOM DIA!!!!!
Beijos
Lidadri
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